02/09/2009

Animais marinhos e silvestres roubam a cena na Baixada Santista

Diversas visitas de animais marinhos e silvestres alteraram a rotina de municípes, biólogos, veterinários e ambientalistas do Litoral Sul. Em Praia Grande, a visita de lobos-marinhos foi constante durante o mês de agosto. Em menos de um mês foram encontrados quatro animais, todos filhotes da espécie subantártica, e encaminhados ao Centro de Reabilitação de Animais Marinhos (Cram-Reviva), localizado na Ilha dos Arvoredos, em Guarujá.

Vindos provavelmente do Uruguai ou da Argentina, os lobos-marinhos aparecem na costa brasileira por duas hipóteses: a formação do fenômeno El Niño, que aquece as águas do oceano acima da temperatura normal para a época do ano; ou a falta de peixe para alimentação. Conforme a veterinária do Cram, Andrea Maranho, são registradas ocorrências de lobos-marinhos na Baixada Santista, anualmente. "Neste ano percebemos um número maior. Tivémos um pico de aparecimento nos anos de 2000 e 2007. Hoje visualizamos um novo pico", comentou a veterinária.

Ainda em Praia Grande, um tamanduá também roubou a cena ao aparecer no quintal de uma casa no bairro Mirim. A espécie tamanduá-mirim com cerca de 40 centímetros foi encaminhado ao Centro de Triagem de Animais Selvagens Refúgio Mata Atlântica Lello - Unimonte (Cetas). Após avaliação, o animal foi solto no Parque Xixová, habitat natural.

Em Bertioga, uma baleia apareceu na praia de Boracéia e encantou a tarde do último domingo dos banhistas que conseguiram enxergar o balé do mamífero. E em Santos, um casal de Quero-Quero chamou a atenção dos banhistas da praia do José Menino. As aves resolveram chovar os ovos na faixa de areia, sem se preocupar com a presença do público.


Informações: Jornal Gazeta do Litoral e A Tribuna
Fotos: Richard Aldrin

31/08/2009

Quais as responsabilidades dos surfistas para a construção de sociedades sustentáveis?


O Litoral Sul de São Paulo recebe na próxima sexta-feira, dia 4, o programa Surf Sustentável. A cidade que irá sediar mais uma atividade do programa será Iguape. Com o seminário Surfe nas ondas da sustentabilidade, o programa está percorrendo o litoral paulista para enraizar práticas pró-sustentabilidade entre os protagonistas do esporte para a criação da Aliança dos Surfistas pelo Meio Ambiente.

A primeira edição do Seminário foi realizada na cidade de Ubatuba e contou com a presença de surfistas amadores e profissionais, fabricantes de pranchas, juízes de surf, artistas e admiradores do esporte.

A proposta, que está sendo implementada pela ONG Ecosurfi, visa catalizar parcerias na comunidade do surf, desvelando ações práticas voltadas para a preservação e conservação da área costeira, por meio de um amplo processo de debates, que terá como o seu primeiro produto a construção da Carta de Responsabilidades dos Surfistas para Sociedades Sustentáveis.

A Carta será elaborada por meio de um texto-base organizado em quatro eixos:
Protagonismo dos Surfistas;
Surfe e Gestão Costeira;
Cultura Surfe e Consumo;
Surfe, Juventude e Meio Ambiente.

Nessa oportunidade do seminário os participantes irão conferir no primeiro momento um ciclo de explanações com vídeos e palestras. Na segunda parte ocorre a oficina de construção coletiva de propostas daquela localidade.

O espaço escolhido para o evento será a Base do Lagamar da ONG SOS Mata Atlântica localizada no centro de Iguape na Rua XV de Novembro, 131. Para poder participar do seminário os interessados podem fazer a inscrições através da: Base do Lagamar SOS Mata Atlântica (Iguape) Tel (13) 3841 2379; Iha Comprida (Departamento de Esportes) Tel: (13) 3842 7000; Ecosurfi: (13) 3426 8130 / 9751 0332 / 8134 2742 e pelo e-mail: surfsustentavel@ecosurfi.org. Maiores informações: www.surfsustentavel.blogspot.com e www.ecosurfi.org.

A primeira fase do programa Surf Sustentável conta com o apoio: Associação Ubatuba de Surf, Prefeitura Municipal de Ubatuba, Rede das Agendas 21 do Litoral Norte, Prefeitura de Ilha Comprida, SOS Mata Atlântica, Greenpeace – Campanha de Oceanos, Instituto Brasileiro de Desenvolvimento do Surf, e projeto Cine Surf. São parceiros estratégicos do programa a Aliança por um mundo Responsável, Plural e Solidário e a Global Garbage.

Texto de: João Malavolta (Gestão de Planejamento e Articulação Institucional)
Programa Surf Sustentável
www.surfsustentavel.blogspot.com
Ecosurfi - Entidade Ecológica dos Surfistas
www.ecosurfi.org

31/07/2009

Brasil: a lixeira para o 1º Mundo

"Não é admissível que os países pobres e em desenvolvimento seja a lata de lixo do planeta”

(Carlos Minc, ministro do Meio Ambiente)


Não é admissível mesmo, ministro!!! No último mês, o País recebeu cerca de 1,5 mil toneladas de lixo. Só no Porto de Santos, a Alfândega identificou 970 toneladas de lixo orgânico.

Em tempos de discussões sobre aquecimento global, escassez de recursos naturais, redução de materiais descartados, reciclagem e educação ambiental, ainda há pessoas que não entendem o tamanho da importância em dos 3 R's: REDUZIR, REUTILIZAR E RECICLAR.

Encaminhar resíduos de uma nação para a outra é proibido, é crime. Convenção de Basiléia!!! Lembram dela?! Será que teremos de ensinar aos britânicos que é possível reciclar certos produtos como garrafas plásticas, sacolas e outros tantos materiais encontrados na carga de "polímero" (descrição da carga na declaração de importação).

Quem é mesmo de primeiro mundo?!

HISTÓRICO - No dia 27 de julho, durante mais de uma hora, o ministro Carlos Minc vasculhou os prensados de lixo e enfrentou o mau cheiro. No tumultuado, Minc encontrou garrafas e sacos plásticos, lixo tecnológico, além de materiais em decomposição “Isso é uma coisa imoral e ilegal, e não é de hoje”, criticou o ministro Carlos Minc, declarando que não é a primeira vez que países exportam lixo ao Brasil.

A previsão era de que o processo de repatriação dos 48 cofres metálicos, armazenados no Rio Grande do Sul, tivesse início na última segunda-feira. Em seguida, as autoridades encaminharam a carga estocada no Porto de Santos (41 cofres). Mas, o atraso do cargueiro adiou a devolução dos contêineres e alterou a programação anunciada pelo Ministro.

Conforme o IBAMA, as cargas encontradas nos Portos de Santos e Rio Grande do Sul podem retornar no mesmo navio no próximo domingo, dia 2 de agosto. Se o navio, mais uma vez, não se atrasar.

Fotos: Divulgação MMA/Jefferson Rudy

05/07/2009

Entrevista consciente: Um pouco mais de educação


Como respeitar o meu próximo se nem me reconheço como cidadão? Ter cidadania é saber que se têm direitos e deveres iguais. No entanto, vivemos em um País em que a política dos privilégios impera e os “jeitinhos” tentam burlar as leis. Tivemos a contribuição de um processo histórico que sempre cerceava os direitos de alguém. E, se é difícil respeitar o próximo, como querer que as pessoas preservem o meio ambiente? No entanto, o sociólogo Maurício Ferreira da Silva* acredita que com educação muita coisa pode se resolver.

Revista Jundu: Qual o papel da educação para a formação de pessoas mais conscientes?
Maurício Ferreira da Silva: O fator fundamental para a formação da cidadania é a escola. Em muitos casos, a escola prepara o aluno para ser o que a sociedade quer que ele seja, mas essa instituição é mais do que isso: precisa prepará-lo para o convívio social e não apenas para formar mão-de-obra. O sujeito aprende a ser cidadão no convívio. Ele necessita entender a importância da vida em sociedade para assim respeitar o outro e também o meio ambiente em que está inserido. A escola diz para o aluno ser alguém e ter uma profissão, mas o certo seria também ser uma extensão da família e ajudar a formar o cidadão. Esse ambiente tem um papel de dinamizar a democracia e incentivar os alunos a expor as suas idéias. É preciso criar uma consciência social para aprender a ver as causas e os efeitos dos nossos atos. As pessoas não conseguem fazer a relação sobre sua ação e a conseqüência para o outro.

Revista Jundu: É só a escola que deve se empenhar para a formação da cidadania?
Silva: Nessa formação da cidadania a escola não está sozinha, outras instituições, como meios de comunicação, família e instituições religiosas ajudam nesse processo.

Revista Jundu: O que o processo de formação do País tem a ver com isso?
Silva: A nossa colonização ajudou a formar o modelo de escola que temos hoje. Esse período contribuiu também para a má formação da cidadania, com influências do patriarcalismo e da escravidão. Temos a cultura do obedecer. Sempre se teve alguém que mandava: os donos da terra na época do império, os senhores de engenho, os coronéis, entre outros. As camadas mais pobres crescem submissas enquanto existem privilegiados, que detêm o dinheiro e altos cargos. Desta forma, os mais pobres não se vêem como iguais e como cidadãos.

Revista Jundu: Como querer falar em respeitar o próximo e o meio ambiente em um lugar em que muitos não se reconhecem como iguais?
Silva: Se a pessoa não tiver condições básicas para viver, não adianta. Se não tiver saneamento básico, saúde, segurança e educação, entre outras necessidades ela não irá estabelecer a ligação entre a falta de comida em sua mesa e os problemas ambientais. Não há como explicar que tem que tomar banho em menos tempo para uma pessoa que não tem comida na mesa. Os mais pobres de nossa sociedade têm deveres, mas não direitos, e para conhecer os direitos é preciso ir para a escola. Temos que atacar o problema desde a sua raiz, dar mais condições para essas pessoas. E, principalmente, uma educação de qualidade. Existe tempo para mudanças.

Revista Jundu: Nossa sociedade capitalista contribui para não pensarmos no próximo e consequentemente não pensarmos no meio ambiente?
Silva: Sim. Vivemos em cultura capitalista, em que se exalta o ter e não o ser. Pensa mais em si do que na sociedade. Existe o consumo exacerbado para satisfazer necessidades criadas pela mídia. Materiais que te fazem superior ao outro.

Revista Jundu: Por que tem gente que joga o lixo na rua e não em sua casa?
Silva: Na minha casa, mando eu. Por causa do conceito errado de cidadania, o povo não entende o espaço externo como seu. Quem é o público? Ninguém se coloca como cidadão. Desta forma, preservo a minha casa e não o espaço público que é de todos, inclusive meu.

Revista Jundu: Você acredita que podemos mudar esse quadro?
Silva: Hoje, há mais jovens conscientes, desta forma, teremos adultos mais comprometidos com as causas coletivas, como a preservação do meio ambiente para a nossa e para as futuras gerações. A consciência ambiental está mudando. A tendência é mudar mesmo. Não sou pessimista: a curto prazo, podemos resolver as questões emergenciais.

*Mauricio Ferreira da Silva possui graduação e mestrado em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo; doutorado, também na área de Ciências Sociais, pelo PPGCS da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). É pesquisador e professor titular do Centro Universitário Monte Serrat (UNIMONTE). Tem experiência como docente e pesquisador na área das Ciências Sociais, com ênfase em Instituições Políticas, Estudos Eleitorais, Cidadania e Educação, Sociologia da Comunicação e Estudos sobre Mídia e Política. Faz parte do grupo de capacitadores do "Gruhbas: Projetos Educacionais e Culturais". Autor do livro Quem me elegeu foi o rádio - Como o rádio elege seus representantes. (1. ed. São Paulo: Olho D'Água, 2000. v. 1. 91 p.)

18/06/2009

ONG Ecosurfi lança programa Surf Sustentável em Ubatuba


Na quinta feira, dia 18, a Organização Não Governamental (ONG) Ecosurfi inicia a primeira etapa do programa Surf Sustentável, uma iniciativa da organização para contribuir com a sensibilização da comunidade do surf sobre a questão ambiental. A idéia tem como proposta a criação de um diálogo entre os surfistas, para a construção da Aliança dos Surfistas pelo Meio Ambiente.
Ubatuba como a cidade mais surf do Brasil, sai na frente mais uma vez, e leva para a região o seminário Surf nas ondas da sustentabilidade, que irá trazer em sua programação palestras e dinâmicas para sensibilizar a comunidade do surf, sobre formas de enfrentar às mudanças ambientais globais, intensificadas pelo Aquecimento Global.
Esse programa carrega em sua base de ação a possibilidade de discutir entre todos os segmentos do esporte, o papel de cada empresa, indivíduo e/ou organização, frente ao atual modelo de desenvolvimento socioeconômico, que vem causando crises, desigualdades e homogenização cultural pelo Planeta e influenciando com implicações negativas a vida dos surfistas pelos litorais de todo o mundo.
O seminário será realizado no dia 18 de junho das 13h30 às 18h30, no Hotel São Charbel, localizado na Praça Nóbrega nº 280, Centro. Informações pelos telefones (12) 3832-1090 ou 3832-1080.


Sobre a Aliança dos Surfistas pelo Meio Ambiente
Para a construção e implementação das propostas de atividades e ações do programa Surf Sustentável, será criada uma rede, através da formação da Aliança dos Surfistas pelo Meio Ambiente.
A aliança irá visar o resgate imaterial da plena integração que o surf proporciona com a natureza, demonstrando experiências e vivências, para demandar subsídios que colaborem com a discussão entre os atores do esporte, para uma nova visão, comportamento e práticas sustentáveis, que possam ser incorporadas na agenda de toda a comunidade global do surf. Práticas que devam respeitar o meio ambiente são necessárias e precisam ser priorizadas pelos os agentes do surf. Contudo, a maneira encontrada para esse novo pacto entre o Homem e o Mar, será a concepção e celebração da Aliança dos Surfistas pelo Meio Ambiente, que tem como objetivo principal, proporcionar um novo consciente coletivo entre a comunidade do surf, através da elaboração e produção da Carta de Responsabilidade dos Surfistas pelo Meio Ambiente – CRSMA.

Responsabilidade dos Surfistas pelo Meio Ambiente
A Carta de Responsabilidade dos Surfistas pelo Meio Ambiente- CRSMA é um documento aberto, plural e diversificado, sem vinculações governamentais ou partidárias, que tem como base conceitual a Carta das Responsabilidades Humanas, que é um documento planetário que surgiu através da Aliança para um Mundo Plural e Solidário.
O trabalho de elaboração do projeto da CRSMA deve ser criado para:
  • Servir como ponto de partida para o aprofundamento da reflexão, do debate democrático de idéias sobre a área socioambiental;
  • A formulação de propostas, a troca livre de experiências e a articulação para ações eficazes, de pessoas, entidades, empresas e movimentos da sociedade civil e redes;
  • Articulações de homens e de mulheres das mais diversas origens sócio-culturais, credos, etnias, idades, orientação sexual, profissões, ideologia política ou filosófica, empenhados na construção de uma sociedade justa e igualitária;
  • Possibilitar o desenvolvimento sustentável e a proteção dos mares e oceanos;
  • Ser um espaço de convergência das pessoas que buscam e desejam lutar por um novo mundo, capaz de respeitar em sua integralidade os direitos humanos, sociais, culturais e ambientais universais.

Desta forma, a proposta da CRSMA, organizará ações como encontros, mobilizações para o engajamento público e audiências para montar um amplo debate sobre quais responsabilidades a comunidade do surf pode assumir frente às questões Ambientais Globais.
O programa Surf Sustentável conta o apoio da: Aliança para um Mundo Plural e Solidário, Prefeitura Municipal de Ubatuba / Secretaria de Meio Ambiente, AUS - Associação Ubatuba Surf, Mescalito Desing, Guia Itanhaém Comercial, Rejuma – Rede Juventude pelo Meio Ambiente e Sustentabilidade, Coletivo Jovem de Meio Ambiente – CJ Caiçara, REBEA – Rede Brasileira de Educação Ambiental, REPEA - Rede Paulista de Educação Ambiental, Fórum do Litoral Paulista das Agendas 21. Para saber mais acesse:
http://www.surfsustentavel.blogspot.com/
http://ecosurfi.blogspot.com/
http://www.carta-responsabilidades-humanas.net/

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"Sendo Homens do Mar,
os Surfistas devem compactuar na busca incessante
pela preservação das praias, mares e oceanos
em todo o nosso Planeta" (ECOSURFI).

João Malavolta (ONG ECOSURFI)
http://www.ecosurfi.org/
http://www.ecosurfi.blogspot.com/
Blog: http://www.ecobservatorio.blogspot.com/
Acesse e participe do Grupo Ecosurfi: http://groups.google.com/group/ecosurfi

05/06/2009

Dia Mundial do Meio Ambiente: Vamos comemorar?

por Carol Binato*


Dia Mundial do Meio Ambiente: há o que comemorar? Com a apresentação da data (5 de junho), paira em nossos pensamentos esta pergunta. Ainda assistimos nos telejornais as devastações da Mata Atlântica, as invasões na Floresta Amazônica, o imenso descarte de lixo em locais impróprios. Então, o que comemorar? Os efeitos de tanta destruição estão visíveis no clima, nas chuvas, no ar, nas enchentes. Fatores agressivos ao indivíduo que insiste em destruir, esquecendo que está destruindo a si próprio.
Como diz o ditado ‘A esperança é a última que morre’, e no quesito meio ambiente ainda podemos encontrá-la nas crianças e em alguns pequenos grupos que tentam combater imensos problemas de destruição. Durante uma semana, diversas instituições, escolas e Organizações Não Governamentais realizam atividades em prol do Meio Ambiente, celebrando o dia 5 de junho. Uma forma de levar ao cidadão a importância da conservação dos ecossistemas existentes e do educar as atuais e futuras gerações.
Mas, as atividades de conscientização e educação ambiental não podem ficar restritas a um único dia. Um exemplo de incentivo e aprendizado é a Escola Ambiental de Praia Grande, modelo para a Região da Baixada Santista, que transmiti aos alunos da Cidade a importância da preservação do meio ambiente. Cultivo de plantas, técnicas de reciclagem, limpeza de manguezais, diminuição do consumo e a preservação dos recursos naturais são algumas práticas da Escola que não forma somente alunos mais conscientes. Educa e forma multiplicadores da informação.
Outro exemplo é a parceria entre o Núcleo de Jornalismo Ambiental Santos e Região e guias turísticos do grupo Caiçara Expedições, que promovem passeios pelos ecossistemas existentes na Região aos jornalistas. O objetivo transmitir as jornalistas todos os aspectos ambientais para que o profissional possa, no momento de registrar a notícia, decodificar de forma correta e simples as informações relacionadas ao meio ambiente. É, assim como na Escola de Educação Ambiental, uma maneira de educar e formar mais multiplicadores desta ação.
Ações como as exemplificadas neste artigo são maneiras de como colaborar na formação de uma sociedade mais consciente. E quando se diz sociedade, são todos os grupos: formadores de opinião, leitores, educadores, autoridades e comunidades.
E é vendo iniciativas e atividades como estas que chegamos a conclusão de que há sim o que comemorar. Basta sairmos do discurso e irmos para prática, trabalhando a favor do meio ambiente, transmitindo e decodificando de forma clara e objetiva os termos ligados ao meio ambiente para que todos possam entender o tamanho da importância em preservar e o tamanho da gravidade do problema (destruição) que assola o nosso planeta.


(*Carol Binato é jornalista formada pelo Centro Universitário Monte Serrat -Unimonte)

03/06/2009

Alunos da FALS promovem discussão sobre Ecoturismo neste sábado

Neste sábado, dia 6 de junho, os alunos do 3º ano do curso de Turismo da Faculdade do Litoral Sul Paulista (FALS) promovem o 1º Encontro Regional de Ecoturismo da FALS. Para o evento diversos profissionais das áreas de Turismo, Meio Ambiente e Esportes Radicais se reúnem para discutir sobre o potencial existente na Baixada Santista para a exploração de uma atividade que cresce nas cidades: o ECOTURISMO.
Além disso, os profissionais debatem sobre o planejamento e a prática de um Turismo Sustentável, sem depredação do meio ambiente, apoiando na criação de uma cultura de preservação e criando a consciência para a importância dos ecossistemas.
O evento será realizado no Auditótio Jornalista Roberto Marinho, localizado na sede da Secretaria de Educação (SEDUC) de Praia Grande - rua José Borges Neto, nº 50, bairro Mirim. As discussões iniciam às 15h.
por Carol Binato

25/05/2009

Conhecimentos



Nós, da equipe Jundu, gostaríamos de agradecer a participação do jornalista Eli Carlos Vieira em nosso blog. São estas manifestações que comprovam o resultado positivo do trabalho de grupos que lutam pela conservação e preservação do meio ambiente. Não basta informar, temos de aprender e compreender o tema.

Por isso, abrimos o espaço para os textos do jornalista Vieira. É justamente este um dos ideais da Revista Jundu: colaborar na formação de uma sociedade mais consciente. E quando dizemos sociedade, são todos os grupos: formadores de opinião, leitores, educadores, autoridades...

Este blog não é somente para apontar os problemas e as destruições. Ele serve como ferramenta para as boas ações como a da parceria entre o Núcleo de Jornalismo Ambiental Santos e Região e guias turísticos do grupo Caiçara Expedições. Atitudes que levam os transmissores da informação a entender a complexidade do tema PRESERVAÇÃO E CONSCIÊNCIA AMBIENTAL. O conhecimento 'in loco'! Isso é importante! Ver com os próprios olhos a beleza dos ecossistemas e compreender como eles são essenciais para a nossa sobrevivência. E o Vieira transmiti exatamente isso, a sua vivência entre manguezais e aves exuberantes e como aquele dia conseguiu mexer com seus conceitos sobre o meio ambiente.

É desta forma que nós jornalistas conseguiremos transmitir e decodificar de forma clara e objetiva os termos ligados ao meio ambiente para que os leitores possam entender o tamanho da importância em preservar e o tamanho da gravidade do problema (destruição) que assola o nosso planeta. Parabéns aos criadores do Projeto Visitação, aos participantes e ao jornalista Eli Carlos Vieira.

Carol Binato - membro da equipe Jundu

22/05/2009

Projeto leva jornalistas a conhecerem o mangue

Textos: Eli Carlos Vieira – Jornal Gazeta do Litoral
Fotos: Colaboração/Nara Assunção

Em tempos que muito se fala em preservação ambiental ou em formas de manter espécies ainda vivas para as próximas gerações, é comum também haver falta de informações suficientes ao abordar certos temas com relação à natureza. Um projeto do Núcleo de Jornalismo Ambiental Santos e Região (estância do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo), faz com que profissionais de comunicação da Baixada Santista tenham contato direto com diferentes ecossistemas. O projeto tem parceria com guias turísticos e embarcações do grupo Caiçara Expedições.
Na terça-feira, dia 19, um grupo de jornalistas e estudantes de comunicação participaram do primeiro roteiro do Projeto Visitação. Os visitantes embarcaram em canoas e remaram rumo à área de manguezal existente na região do Mar Pequeno, entre São Vicente e Praia Grande. Em trajeto de cerca de três horas e pouco mais de um quilômetro, esses profissionais presenciaram paisagens que nunca viram antes de tão perto.
O principal objetivo do Núcleo de Jornalismo Ambiental (criado em 2008) é investir em discussões entre jornalistas, a respeito do meio ambiente. “É preciso que haja sensibilização e isso é facilitado com a vivência do jornalista direto na natureza”, ressalta a coordenadora de comunicação do Núcleo, Catharina Apolinário. “Normalmente nas matérias sobre meio ambiente é comum ver as mesmas fontes sendo utilizadas, além de muitos termos técnicos. Pretende-se fomentar novas pautas ambientais. Queremos sair das mesmas matérias que falam sempre sobre agressão e denúncia.”

AÇÕES – Catharina explica que esse tour pelo mangue é apenas uma das ações que podem ser feitas no sentido de tornar a natureza mais próxima. A ideia foi proposta após a realização do 2º Encontro de Jornalismo Ambiental da Costa da Mata Atlântica, no dia 25 de abril. “Vimos que o mangue é pouco explorado. As pessoas costumam muito ir à praia, mas ignoram o mangue, que é essencial para a vida natural e ao estuário”, defende a coordenadora de comunicação.
Após esse passeio, o órgão que é formado por voluntários, planeja a formação de novos encontros, onde os profissionais do jornalismo possam trocar informações e aprender mais. “Queremos montar comissões, trazer técnicos e promover sabatinas ambientais, com muito diálogo sobre diversos aspectos do meio ambiente”, sugere Catharina, que anuncia para breve novas expedições, como por exemplo trilhas ecológicas, com destino a ser definido.
Quem deseja se unir ao grupo e atuar na divulgação de belezas naturais da região, pode entrar em contato com o Núcleo de Jornalismo Ambiental, pelo contato eletrônico: njasantoseregiao@gmail.com .



Três horas de remada, novas visões e descobertas

A proposta é simples. Para que jornalistas conheçam mais sobre o manguezal existente nas redondezas da região em que vivem, foram dados remos e direito a um assento em uma canoa de modelo canadense. Além da integração entre colegas de profissão, as descobertas que viriam à frente seriam reveladoras. O passeio de três horas ao longo do Estuário de São Vicente/Praia Grande foi guiado por instrutores do grupo Caiçara Expedições.
“Realizamos esse trajeto há três anos, voltado a todo tipo de grupo, a partir dos 7 anos de idade. Há trilhas, city tour, trekking e outras modalidades de passeio”, explica o guia turístico e diretor comercial do Caiçara Expedições, Renato Marchesini. Para ele, o grupo só de jornalistas é inédito. “A experiência é válida para todos. No caso desses profissionais, garanto que muita coisa muda após esse olhar e contato tão próximo – daí a proposta deles mesmos remarem e realizarem suas descobertas.”

MANGUEPor falta de conhecimento, muitas pessoas associam o mangue a lixo, a sujeira, sem saber que trata-se de um dos mais ricos ecossistemas vivos que há em ambientes de maré. Costuma-se nomear mangue, as espécies de árvores e arbustos que crescem em terrenos que não estão nem totalmente na terra, nem no mar. Já manguezal seria o termo que identifica apenas o local onde ocorrem essas plantas e o conjunto de seres vivos que nele vive (o ecossistema).
Na região de São Vicente/Praia Grande três espécies de árvores são as predominantes: o mangue-vermelho, mangue-preto e mangue-branco. O mangue-vermelho pode chegar a 15 metros de altura de raízes muito fortes. “Suas sementes são fecundadas ainda na árvore. Quando maduros, se desprendem da árvore-mãe, e se fixam assim que caem na água”, diz Marchesini.
Entre os animais, há invertebrados como caranguejos e siris, vermes, crustáceos, moluscos e até camarões. Há ainda cerca de 100 espécies de peixes, como tainhas, paratis, badejos e robalos, além de pequenos jacarés de papo amarelo.
Entre as cerca de 210 espécies de aves, estão a garça-azul, garça-branca, socó e o colhereiro. O destaque fica para a beleza do vermelho alaranjado dos guarás-vermelhos, semelhantes à cor dos caranguejos, seu alimento preferido.
Para conhecer opções de roteiros do grupo Caiçara Expedições, o telefone é 3466-6905. O endereço eletrônico é: contato@caicaraexpedicoes.com .


Comunicadores que viram de perto, têm a missão de repassar o aprendizado

O pensamento dos jornalistas, ao vestirem o colete de segurança, é de curiosidade. Tudo novo: remar em duplas ou trios em uma canoa, enfrentar a grandeza do Mar Pequeno e se deparar com espécies de fauna e flora nunca antes vistos tão de perto. O desafio começa na tentativa de se equilibrar, ao embarcar na canoa e depois manter a direção correta durante todo o trajeto.
Passado o medo de virar e cair na água, os visitantes eram só surpresa. Diversas perguntas eram feitas de barco para barco. Alguns anotam, outros com máquinas fotográficas, lutavam para não deixar nada escapar. “É impressionante como essa natureza está tão perto de nós. Sempre imaginamos como seja, mas nunca conhecemos de fato”, reconhece o estudante de jornalismo, Paulo Nogueira. “É lamentável como o ser humano degrada ambientes como esse.”
A jornalista Nara Assunção, de 24 anos, já conhecia este tipo de ecossistema, mas nunca foi ao manguezal de São Vicente/Praia Grande, muito menos passeou de canoa. “Foi uma experiência que ultrapassou minhas expectativas”, resume. Ela acredita que o passeio torne os profissionais mais entusiasmados a alertar a população. “Ao mesmo tempo que fomos surpreendidos por revoadas de aves vermelhas, azuis e brancas, me entristeceu ver a sujeira acumulada no local. É o lixo humano mais uma vez interferindo em um dos ecossistemas mais ricos que temos”, desabafa Nara.
As impressões que se tem são muitas. Ao realizar as primeiras remadas na água, vem o desejo de que toda a população pudesse fazer aquele tipo de passeio. Depois, se tem a impressão de que a natureza é frágil e que é preciso cuidá-la, mas, em outros momentos, vê-se a grandeza imponente das paisagens e então percebe-se que é preciso respeitá-la.
Tudo é som e imagem. Água, animais e vegetação. Peixes arteiros surpreendem os desavisados, pulando aqui e ali, fazendo barulhos na água silenciosa. Mais próximo ao manguezal, um ronco chama atenção de alguns, que chegam a questionar o guia sobre um possível jacaré, mas são apenas roncos da terra, causados por ar que vai do fundo da água, atingindo a superfície, pelos buracos feitos pelos caranguejos.
As aves, por sua vez, se exibem. Juntas, as muitas asas vermelhíssimas, algumas azuis quase no tom de chumbo, e outras brancas atravessam o céu. Nessa altura, os visitantes descansam os remos e só observam.
Ao fim, entre muitas ideias, pensamentos, sentimentos, fica a imensa sensação de que valeu a pena o cansaço e as expectativas criadas até ali.

28/04/2009

Reabilitação: aves marinhas retornam ao habitat natural

por Carol Binato (Gazeta do Litoral)
fotos: Richard Aldrin (Jornal Gazeta do Litoral)




Quatro aves marinhas alçaram o vôo de retorno ao habitat natural na sexta-feira, dia 24, na praia do Canto do Forte, em Praia Grande. A soltura das aves foi realizada pela equipe do Centro de Triagem de Animais Selvagens (Cetas) – Refúgio Mata Atlântica Lello – Unimonte, em parceria com o 1º Grupamento de Fiscalização Náutica da Guarda Civil Municipal (GCM) de Praia Grande.
Após tratamento de quase um mês no Cetas, duas Gaivotas, um Trinta réis e um Atobá retornaram ao céu. Estava prevista a soltura de mais uma espécie de Atobá, mas a ave, que apresentava uma luxação na asa ao dar entrada no Centro de Triagem, não conseguiu levantar vôo. “A soltura é sempre um teste final. Se ave não voar é porque ela ainda não está pronta para retornar ao seu habitat natural”, explicou a veterinária e responsável técnica pelo Cetas, Cláudia Carvalho do Nascimento. O Atobá retornará ao Cetas dar continuidade ao trabalho de reabilitação.
Cláudia explicou que, após ficar um mês mantida em viveiro, a ave precisa se readaptar. “Por isso, algumas encontram dificuldades. Mas a tendência é que 100% retorne ao hábitat natural.” Conforme a veterinária, antes de retornarem, as aves passaram por exames e avaliações. “Realizamos exames de sangue, aplicação vermífugos e outros medicamentos. Além do trabalho de reabilitação e observação de comportamento”, explicou.
Todas as aves marinhas foram encontradas pela equipe de Fiscalização Náutica da GCM de Praia Grande. “Muitas vezes, nós mesmos encontramos diversos animais marinhos e silvestres ou somos acionados pelo Corpo de Bombeiros para o resgate das espécies encontradas na Costa de Praia Grande”, comentou o responsável pelo Grupamento, Delfo Almeida Monsalvo. A equipe realiza fiscalização em toda a Costa Marítima de Praia Grande, além das áreas adjacentes como mangues e áreas ambientais.
O Grupamento de Fiscalização Náutica, pioneiro no serviço em toda Região Metropolitana da Baixada Santista, possui treinamento de manejo do Ibama. O curso consiste nas técnicas e formas de como capturar, resgatar os animais com fraturas ou ferimentos.
Para os GCMs, a soltura das aves é gratificante. “O Homem costuma interferir na natureza, prejudicando o meio ambiente. Aqui vemos o fruto do trabalho do Homem pelo bem da natureza, possibilitando que estas aves voltem ao seu habitat natural.”
Conforme Monsalvo, as aves marinhas são facilmente encontradas durante os meses de abril e maio. Em outros períodos, Monsalvo conta que é comum encontrar pingüins e tartarugas. “De janeiro a junho, temos encontrado uma média de cinco animais por mês. Ao todo, foram quase 200 animais encontrados e levados para reabilitação”, contabilizou o responsável. Os dados referem-se ao período de 2006 ao início de 2009.

CETAS – Atualmente, cerca de 180 animais estão abrigados no Centro de Triagem. Dentre eles há pingüins, aves marinhas, papagaios, gaviões, macacos, entre outros. O local possui estrutura de 586 metros quadrados, contado com sala de atendimento em neonatologia, para manutenção de filhotes e recém-nascidos, sala de descontaminação, para procedimentos de limpeza de animais acometidos por petróleo e derivados, ambulatório, sala de apoio, biotério, viveiros, salas de quarentena, cozinha e despensa.O Centro de Triagem de Animais Selvagens fica na rua Galeão Coutinho, nº 517, Jockey Clube, em São Vicente. Informações pelo telefone 3463-5418.

21/04/2009

‘Mídia Ambiente’


A importância da conservação do meio ambiente é fundamental para a nossa sobrevivência, mas o ser humano não tem contribuído muito para mantê-lo vivo. São feitas várias ações de proteção à natureza, mas será que é o suficiente?
A área da comunicação é uma ferramenta fundamental de divulgação de trabalhos de conscientização. Conforme dados pesquisados pela Forrester Research e publicados no Brasil pelo jornal Folha Online, os meios de comunicação ainda são a grande porta de divulgação de qualquer tipo de assunto. Atualmente somos o quarto país do mundo a adotar novas tecnologias. A mídia televisiva está investindo em recursos de última geração na captação de melhores imagens e equipamentos avançados de multimídia. Mas apesar de termos toda uma base de comunicação nacional, o brasileiro migrou rapidamente para o mundo virtual que ultimamente é um grande meio de comunicação.
Vários profissionais e estudantes de diversas áreas seguem o meio mais fácil que é o da internet para expor e publicar seus trabalhos e pesquisas sobre variados temas. O meio ambiente faz parte de uma situação preocupante, pois quem trabalha em prol dessa causa busca nos meios de comunicação informar a atual situação do planeta que vem sofrendo uma enorme degradação feita pelo bicho homem. O jornalismo está abrindo vertentes surgindo profissionais que buscam se especializar sobre a questão ambiental e divulgar a população tudo relacionado sobre o assunto. Hoje podemos encontrar diversos materiais sobre meio ambiente desde jornais e revistas até reportagens e matérias publicadas na internet.
Sinal de que aos poucos estamos conseguindo abrir espaço para uma questão importante que é o meio ambiente.

Rodrigo Lima

24/03/2009

Projeto BioPesca promove a integração entre a pesca e a conscientização em alto mar

by Carol Binato
Nas questões ambientais, profissionais da área e outros membros da sociedade defendem o lema de que, se cada cidadão fizesse a sua parte, o meio ambiente estaria em melhores condições. E foi carregando esta bandeira que nasceu a ONG Projeto BioPesca. A iniciativa de uma estudante de biologia, hoje mestre em ciência, trouxe aos pescadores de Praia Grande um novo olhar sobre a extinção de animais marinhos e levantou a importância da pesca artesanal para a comunidade.
Com o objetivo de monitorar a captura acidental de golfinhos e tartarugas marinhas e estudar a pesca artesanal, o Projeto BioPesca atua em Praia Grande desde 1998. “Tinha casa na Cidade e me tornei amigas dos pescadores porque coletava dados sobre pesca para o meu trabalho de conclusão de curso”, comentou Carolina Bertozzi, bióloga e fundadora do projeto.
“Tudo começou quando levei para a USP um golfinho encontrado pelos pescadores do Canto do Forte”, contou a bióloga. A espécie era a Toninha, um dos cetáceos mais ameaçados de extinção. “Ao chegar na universidade, um dos mestrandos ficou abismado porque era o primeiro registro de captura acidental de Toninha no Estado de São Paulo”, relembrou a bióloga. Em 2002, o projeto tornou-se a ONG Projeto BioPesca.
No âmbito da pesca, a ONG trabalha diariamente acompanhando o desembarque dos peixes, registrando as espécies desembarcadas e a quantidade de pescado e monitorando as capturas acidentais. A educação ambiental é realizada com atividades e exposições na Butique de Peixes instalada no bairro Canto do Forte.

CONSCIENTIZAÇÃO – As ações do Projeto BioPesca dentro da comunidade pesqueira de Praia Grande permitiu que os pescadores visualizassem melhor os problemas causados ao meio ambiente devido à falta de conscientização. “Quaisquer animais que eles capturam, que jamais trariam para a terra, hoje eles trazem. Antigamente, tinha comércio de casco de tartaruga, que é proibido. Hoje as espécies chegam inteiras para que possamos realizar as pesquisas” enfatizou a bióloga. “Então, esta mudança de comportamento de pescadores que têm 60 a 65 anos e que trabalham na pesca há 50, é gratificante”, comemorou Carolina.
A bióloga explica que os pescadores tornam-se interlocutores do projeto, transmitindo aos demais a importância de conservar e preservar o meio ambiente. “Eles acabam multiplicando o conhecimento com o pessoal que vem comprar o pescado. Os pescadores se sentem parte do projeto e eles são o projeto. E isso é o legal.”
As palavras de Jorge Damião Martins Coelho, que há 16 anos vive da pesca em Praia Grande, confirma a atuação positiva do BioPesca. “Com os dados que a Carol recolheu conseguimos ver que realmente está acabando os peixes. Há 15 anos armava 400 metros de rede e pegava cerca de 200 quilos de sororoca por dia. Hoje, saímos com 1500 metros de rede para pegar de 20 a 30 quilos”, relembrou o pescador.Para ele, a ONG apóia não somente na conscientização da importância em preservar, mas também como conhecer melhor seu próprio trabalho. “Com os dados que a Carol recolhe temos o balanço do que fizemos durante todos estes anos, mostrando que damos duro por este mar a fora.”




Fotos - Jornal Gazeta do Litoral /Richard Aldrin

05/03/2009

Onde o chuchu mais parece caviar!




Se seu filho toma banho de chuveiro e come chuchu, ele pode ser considerado rei em alguns municípios brasileiros. Após assistir a reportagem O Brasil dos excluídos, exibida pelo programa jornalístico Fantástico (Rede Globo), conseguimos perceber o tamanho da falta de percepção do cidadão quanto aos problemas sociais que assolam este "Brasil varonil". A matéria exibida no domingo passado, dia 1º, sobre as cidades que ocupam o pior Índice de Desenvolvimento Humano, o IDH, coloca o telespectador a frente do velho questionamento: Até onde vai o meu exercício de cidadão?
O IDH, criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), avalia a qualidade de vida no mundo, considerando três fatores básicos: expectativa de vida, nível de educação e a renda da população. Fatores de níveis mínimos nas cidades de Jordão e Tarauacá (Acre), Manari (Pernambuco) e Traipu (Alagoas).
Enquanto aqui na região sudeste, lava-se quintais com mangueiras e joga-se comida fora, em Jordão, no estado do Acre, cerca de 6 mil pessoas não conhecem nem mesmo o leguminoso chuchu, tamanho o isolamento desta população. Isso porque dizem os mais antigos que chuchu, onde planta, dá! Pode-se dizer que, nesta cidade, chuchu para eles é como caviar para a classe média paulistana.
Cidades que não possuem água encanada nem para tomar banho, como na cidade de Traipu e de Manari, onde as crianças não conhecem chuveiro. Banho nestas cidades, somente de balde. Mas pergunta para os governantes destes municípios se a população é esquecida ou excluída da cobrança da taxa d’água?
Perante a estes fatos, cria-se a pergunta: Somos realmente cidadãos conscientes? E além da questão, há uma afirmação: não adianta falar sobre preservação ambiental se nem mesmo água este povo conhece. Se nem mesmo, aqui neste extremo brasileiro, que ainda (eu disse, ainda) temos este recurso natural, o usa-se de forma inconseqüente e abusiva. Do que adianta levantar a bandeira do “Eu tenho responsabilidade socioambiental!” se ao ir ao mercado, compra-se comida em excesso que irão acabar dentro da lata de lixo?! Por isso, a responsabilidade social e ambiental de cada cidadão inicia ao levantar da cama pela manhã, ao abrir a torneira da pia para escovar os dentes, ao comprar o essencial, ao ser consciente durante as eleições, ao doar roupas e outros utensílios que não se usam mais. Estes são alguns exercícios de um cidadão realmente consciente.

Carol Binato


Foto: Parque Serra do Mar, Rio Itutinga Pilões - Carol Binato

26/02/2009

A decisão é sua...

Em que lugar ficou a preocupação com as outras pessoas e com o mundo a nossa volta? Onde o respeito está escondido? Pois é. Não adianta muito falar em preservação do meio ambiente, sem que haja um respeito mútuo entre as pessoas. Em todos os casos de desrespeito para com a natureza, especialistas e envolvidos na causa falam que as pessoas precisam se conscientizar e pensar no que será do futuro. No entanto, o individualismo tomou conta a tal ponto que não se luta mais pelo bem do outro.
Há de se concordar que vivemos anos de escravidão, patrimonialismo e outros “ismos” que nos fizeram chegar à situação em que nos encontramos. Cidadania? Perdeu-se, ou melhor, nunca se achou seu verdadeiro sentido. Direitos e deveres? Uns tem apenas direitos e outros somente deveres, em um País de privilegiados e cheio de “jeitinhos”.
Como é possível respeitar o meio ambiente em que vivemos se, muitos não sabem o que é cidadania, logo não reconhecem o outro como cidadão nem a si próprios como tal? É uma caminhada longa, por meio de muita educação. Todavia, existe chance. O meio ambiente é de todos e precisa ser cuidado por todos. Você destruiria sua própria casa? Provavelmente, não. Então, por que destruir a natureza?
Temos que lutar por nossa própria existência. Insistir e acreditar e não achar que atos pequenos são em vão. Se Galileu Galilei não insistisse em sua idéia, estaríamos até hoje pensando que a Terra é quadrada. Basta dar o primeiro passo. Mudar hábitos não é simples. No entanto, não pode ser impossível. Mesmo que adultos se espelhem nas crianças que absorvem o que aprendem de uma forma incrível. Não existe mal algum em reconhecer que está errado e rever conceitos.
Mas, tentar ou não depende apenas de você? Você pode ficar sentando no sofá assistindo a sua televisão, tomar aquele banho demorado, escovar os dentes com a torneira aberta e jogar o seu lixo em qualquer lugar. Não venha depois reclamar dos políticos que não fazem nada em prol da população ou do vizinho que faz barulho. Sabe por quê? Nem a sua parte você faz, seria muita ignorância cobrar a parte dos outros. Tudo bem, pode caminhar, por sua conta e risco, para a destruição. Mas saiba que muitos devem pensar como você. Desta forma, a frase “cada um com os seus problemas” não é muito inteligente, porque se ninguém fizer nada o problema será de todos. No entanto, a decisão é sua.
Escolher de que lado ficar é importante. Não adianta ficar em cima do muro. Eu já sei o lado em que estou: o da vida. Não é possível que você vai escolher outro, mas fique à vontade.

As pessoas estão mais conscientes quando o assunto é preservar o planeta?