28/04/2009

Reabilitação: aves marinhas retornam ao habitat natural

por Carol Binato (Gazeta do Litoral)
fotos: Richard Aldrin (Jornal Gazeta do Litoral)




Quatro aves marinhas alçaram o vôo de retorno ao habitat natural na sexta-feira, dia 24, na praia do Canto do Forte, em Praia Grande. A soltura das aves foi realizada pela equipe do Centro de Triagem de Animais Selvagens (Cetas) – Refúgio Mata Atlântica Lello – Unimonte, em parceria com o 1º Grupamento de Fiscalização Náutica da Guarda Civil Municipal (GCM) de Praia Grande.
Após tratamento de quase um mês no Cetas, duas Gaivotas, um Trinta réis e um Atobá retornaram ao céu. Estava prevista a soltura de mais uma espécie de Atobá, mas a ave, que apresentava uma luxação na asa ao dar entrada no Centro de Triagem, não conseguiu levantar vôo. “A soltura é sempre um teste final. Se ave não voar é porque ela ainda não está pronta para retornar ao seu habitat natural”, explicou a veterinária e responsável técnica pelo Cetas, Cláudia Carvalho do Nascimento. O Atobá retornará ao Cetas dar continuidade ao trabalho de reabilitação.
Cláudia explicou que, após ficar um mês mantida em viveiro, a ave precisa se readaptar. “Por isso, algumas encontram dificuldades. Mas a tendência é que 100% retorne ao hábitat natural.” Conforme a veterinária, antes de retornarem, as aves passaram por exames e avaliações. “Realizamos exames de sangue, aplicação vermífugos e outros medicamentos. Além do trabalho de reabilitação e observação de comportamento”, explicou.
Todas as aves marinhas foram encontradas pela equipe de Fiscalização Náutica da GCM de Praia Grande. “Muitas vezes, nós mesmos encontramos diversos animais marinhos e silvestres ou somos acionados pelo Corpo de Bombeiros para o resgate das espécies encontradas na Costa de Praia Grande”, comentou o responsável pelo Grupamento, Delfo Almeida Monsalvo. A equipe realiza fiscalização em toda a Costa Marítima de Praia Grande, além das áreas adjacentes como mangues e áreas ambientais.
O Grupamento de Fiscalização Náutica, pioneiro no serviço em toda Região Metropolitana da Baixada Santista, possui treinamento de manejo do Ibama. O curso consiste nas técnicas e formas de como capturar, resgatar os animais com fraturas ou ferimentos.
Para os GCMs, a soltura das aves é gratificante. “O Homem costuma interferir na natureza, prejudicando o meio ambiente. Aqui vemos o fruto do trabalho do Homem pelo bem da natureza, possibilitando que estas aves voltem ao seu habitat natural.”
Conforme Monsalvo, as aves marinhas são facilmente encontradas durante os meses de abril e maio. Em outros períodos, Monsalvo conta que é comum encontrar pingüins e tartarugas. “De janeiro a junho, temos encontrado uma média de cinco animais por mês. Ao todo, foram quase 200 animais encontrados e levados para reabilitação”, contabilizou o responsável. Os dados referem-se ao período de 2006 ao início de 2009.

CETAS – Atualmente, cerca de 180 animais estão abrigados no Centro de Triagem. Dentre eles há pingüins, aves marinhas, papagaios, gaviões, macacos, entre outros. O local possui estrutura de 586 metros quadrados, contado com sala de atendimento em neonatologia, para manutenção de filhotes e recém-nascidos, sala de descontaminação, para procedimentos de limpeza de animais acometidos por petróleo e derivados, ambulatório, sala de apoio, biotério, viveiros, salas de quarentena, cozinha e despensa.O Centro de Triagem de Animais Selvagens fica na rua Galeão Coutinho, nº 517, Jockey Clube, em São Vicente. Informações pelo telefone 3463-5418.

Um comentário:

Eli Carlos Vieira disse...

Trabalho vital para o mundo, sobretudo a esses pequenos animais!
É o homem consertando a interferência negativa do próprio homem.
Bom para os animais, que AINDA têm para onde voltar,
Que têm um pedaço de natureza ainda não destruído.

Lembrei de uma música chamada “Borandá”, na voz de Maria Bethânia, (composição de Edu Lobo):

“[...]Vou me embora, vou chorando
Vou me lembrando do meu lugar.
Vam'borandá!
Que a terra já secou, borandá!
É, borandá!
Que a chuva não chegou, borandá!”

Legal o artigo!
E que a ideia seja sempre propagada!
É cada vez mais preciso!

As pessoas estão mais conscientes quando o assunto é preservar o planeta?